sábado, 21 de março de 2009

Entrevista com o rapper Gasper!

D.O.C. - Eai Gasper, firme?! Em primeiro lugar, valeu pela entrevista no blog, tamo junto tru!

GASPER - Salve, eu que agradeço irmão, e parabéns pelo trabalho, precisamos cada vez mais de meios pra fortalecer a cultura de rua, e vocês estão fazendo muito bem esse trabalho, nóiz!

D.O.C. - Como você conheceu o RAP? E como começou seu envolvimento com ele?

GASPER - O rap entrou na minha vida eu era moleque, puro maloca (risos). Com o toca fita no volume máximo dando o role de skate, eu lembro que sempre levei a sério, já entendia o que os caras queriam dizer, o compromisso que o RAP carregava junto com a cultura, virou a minha trilha sonora que se tornou meu estilo de vida! Eu tinha no caderno da escola letras de músicas escritas, sempre fui fã de RAP, até que um dia eu fui convidado a fazer parte de um grupo da minha área, fizemos vários shows, muito som, fiquei 4 anos nele até começar minha carreira solo.

D.O.C. - Como você acha que está a cena do RAP nacional, e se esta faltando alguma coisa, o que está faltando para ela ficar mais completa?

GASPER - A cena ainda é fraca, falta sites, falta mídia, informação do que acontece, falta compromisso, o RAP tem que ser mais acessível, até pra quem gosta falta informação, os cara tem que se profissionalizar, fazer girar grana pra geral começar a viver disso, pra se dedicar a isso, pra fazer com que ele chegue forte nos lugares, tem muita gente trampando pra que isso aconteça.

D.O.C. - Como você definiria seu som? E quais são suas maiores influências?

GASPER - Meu som é RAP (risos). O RAP é igual a qualquer outro tipo de música, da pra viajar, misturar e eu não quero uma definição, eu quero fazer música boa que venha do coração, que sai de mim e vai pro mundo, que seja minha e sua de qualquer um, eu só criei mais não sou dono dela (risos). Eu quero é que quem escute meu som fale assim: “ Porra esse som é loco demais “, essa é minha música (risos), se eu rotular meu som eu vou limitar ele.

D.O.C. - Pergunta clássica, o que você anda escutando dentro do RAP nacional e/ou gringo?

GASPER - Nacional, gostei do CD do DG, Kamau, Costa a Costa, Realidade Cruel, Racionais, escuto várias coisas. Gringo, Young Jeezy, Jay z , Nas, The game, Big. Escuto muita coisa mano, tem muita coisa boa na rua que não é conhecida, falta destaque pra vários caras bons ae.

D.O.C. - Quais são seus projetos para o futuro (mixtapes, albúns, parcerias... ?

GASPER - Eu estou trabalhando no meu disco agora, vai ter participação do Douglas do Realidade Cruel, do Dom L do Costa a Costa, A.C Afrôchines, Doxsoul rimando e produzindo, e acompanhando o disco vai ter um DVD mostrando todo processo de gravação, vídeo clipe e making off, vai fica bem loco, to trampando, investindo em mim, Gasper não é só mais um cara que faz RAP, Gasper vai crescer igual uma empresa, criamos a SOULCRIMS aqui pra administrar tudo isso, devagar vamo fazendo o castelo.

D.O.C. - O que você acha dessas tretas no RAP, de "disses" e "beefs"?

GASPER - Não acho que as coisas tem q ser resolvidas com músicas, eu acho um desrespeito, mas é minha opinião, mas cada um com suas armas (risos), mas o dia a dia é uma guerra, treta é normal, não tem como evitar.

D.O.C. - Qual você acha que vai ser o futuro do mercado fonográfico com essa onda de downloads online? Como você pretende lidar com tudo isso?

GASPER - Da melhor forma possível (risos). A internet me ajuda muita, quando você está longe dos grandes centros é difícil chegar, mais a internet trouxe essa facilidade, me deixou mais perto dos ouvintes de todo o país, eu quero cada vez mais usar essas ferramentas, pra espalhar tipo vírus (risos).

D.O.C. - O que você acha do lado mais "comercial" do RAP, os sons voltados para as pistas, saindo totalmente do RAP clássico de protesto?

GASPER - Tudo é valido, ninguém é dono da música, cada um fala o que quer e é claro assume as conseqüências disso, os caras que diz ser under, não gosta de gangster, que não gosta de som pras minas, ninguém gosta do som de ninguém, por isso que estamos assim, limitados por nós mesmos, vamos invadir, quem não gosta não escuta, assim a vida segue (risos).

D.O.C. - O que você diz pra mulecada que ta começando agora no RAP? Sugestões, dicas...

GASPER - Tenha respeito pela música, pela história que a cultura carrega, faça o seu melhor, faça de coração.

D.O.C. - Como você se sente nos palcos? E quais são seus projetos de show para esse ano?

GASPER - Mano, quando eu to no palco é o arrastão rapaz (risos), gueto puro, gangueragem nos alto falante é assim que eu me sinto (risos). Esse ano eu to com um projeto que se chama GASPER NO ROLÊ, fizemos um palco aqui e vamos colar em várias quebradas fazendo show, vai nesse rolê dois grafiteiros que vão fazer um trampo em cada área que a gente chegar, tipo um presente pra quebrada, eu quero levar isso pra todo canto, não só aqui., quem quiser é só falar que agente cola ai!

D.O.C. - Quem a gente vai poder ver correndo lado a lado com o Gasper esse ano?

GASPER - Todo mundo mano, a gente é uma família, tem os caras que vão estar no disco, mas eu quero mais é que geral chegue junto e vamo embaça a porra desse RAP em cada esquina! Eu to aqui é pra somar, e eu sei que tem uma geral na mesma pegada.

D.O.C. - Para demonstrar a sua personalidade:

D.O.C.- Um livro?

GASPER - A arte da Guerra.

D.O.C. - Um objetivo?

GASPER - Ser feliz, viver da minha arte.

D.O.C. - Um medo?

GASPER - Nem sei .

D.O.C. - Um projeto?

GASPER - Meu disco.

D.O.C. - Tamo junto Gasper, valeu pela participação mano, mesmo! Nóiz!

GASPER - Tamu junto até o fim! Valeu mesmo! Acessem meu myspace e ouça o PRIMEIRO SINGLE DO DISCO!

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